terça-feira, 30 de junho de 2009

Luz para todos - Emmanuel (Chico Xavier)‏


Autor espiritual: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.

Palavras de apresentação de Chico Xavier:

ESTRANHO PONTO DE VISTA
Chico Xavier nos escreve contando como recebeu a mensagem “Luz para todos”:
“Alguns amigos vindos de cidade distante, em consultas e comentários, antes dos encargos em pauta na sessão pública, haviam mostrado estranho ponto de vista. Disseram-me que são contra a apresentação da Doutrina Espírita em programas de televisão e julgam que os doutrinadores e médiuns devem permanecer segregados nos templos espíritas para exemplificarem humildade cristã. Acreditam que os espíritos precisam fugir de contatos com a vida comum, se quiserem ser modestos e eficientes.
Ouvi sem concordar com eles, porque os Benfeitores da Vida Maior ensinaram-me que o Espiritismo é uma bênção de Deus para todas as criaturas sem exceção e que não nos cabe desprezar a ninguém. Abstive-me de qualquer discussão. Mas, iniciadas as tarefas, o ponto de estudo em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, aberto para as lições da noite, foi a página intitulada “O homem no mundo”, item 10 do Cap. XVII. E o nosso Emmanuel produziu a página que lhe coloco nas mãos com a esperança de que lhe ofereça proveito justo em nossos estudos.”

LUZ PARA TODOS

Estariam os princípios espíritas endereçados à segregação para uso exclusivo daqueles irmãos que carregam provas visíveis no plano material?
Encontramos, com freqüência, na Terra, quem suponha deva ser a Nova Revelação limitada ao trabalho em favor dos que sofrem a penúria do corpo, sob pena de perder a própria simplicidade.
Entretanto, a fulguração solar será menos luz quando clareia o recôncavo de um vale e o topo de um arranha-céu ao mesmo tempo? E, acaso, a fonte se diminuirá em grandeza por deixar-se canalizar em serviço à cidade grande, após haver saciado a sede aos lares do campo?
*
Decerto, a mensagem da Vida Maior tem significação mais imediata em auxílio a quantos se vejam no mundo em dificuldades abertas, seja no chão das exigências primárias da natureza ou na sombra das grandes tribulações em que a inconformidade os compele a se tornarem francamente infelizes. Imperioso, porém, pensar naqueles outros companheiros da humanidade que a vida situou em outros setores.
Não é a face externa da criatura que lhe determina o grau da necessidade espiritual.
Dói-nos ver as mãos que se nos estendem nas ruas, à cata de pão; no entanto, será justo, igualmente, compreender os obstáculos daqueles que se esfalfam em serviço para que haja pão, tanto quanto possível, à mesa de todos.
Aflige-nos registrar os empeços do amigo em profissão singela, cujo salário não lhe satisfaz a todos os requisitos da vida simples, mas não nos será lícito esquecer os óbices daqueles que se atormentam na orientação da oficina para que o trabalho não se perturbe ou escasseie.
Magoa-nos surpreender irmãos diversos, acomodados nos palheiros humildes que lhes servem de residência; contudo, não podemos desconhecer os impedimentos daqueles outros que encanecem nas administrações, construindo caminhos ao progresso e traçando horizontes ao reconforto geral.
Sensibiliza- nos o martírio das mães que vagueiam nas vias públicas à busca de socorro para filhinhos padecentes; entretanto, seria injusto desconsiderar o sofrimento daquelas outras que se aniquilam, pouco a pouco, dentro de casa, em posição de incessante sacrifício, para sustentarem os descendentes, de modo a que a dignidade humana possa honrosamente sobreviver.
*
Reflitamos no conjunto dos problemas humanos e a ninguém deserdemos da verdade e do amor, de vez que em qualquer situação pertencemos todos a Deus e, segundo as nossas necessidades, é natural que Deus nos atenda a cada um.

(Do livro “Na era do Espírito”, de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires – Espíritos Diversos)

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