domingo, 2 de agosto de 2009

A Vinda o Avatar



Em todas as épocas, durante muitos ciclos mundiais, na maioria dos países, e hoje em todos, houve grandes momentos de tensão, que se caracterizaram por um sentimento de plena e esperançosa expectativa. Espera-se Alguém e Sua vinda é pressentida. No passado, foram sempre os instrutores religiosos da época, os que fomentaram e proclamaram esta expectativa, e o fizeram nos momentos de caos e dificuldades, ao se aproximar o fim de uma civilização ou cultura, e quando os recursos das antigas religiões pareciam ser inadequados para solucionar as dificuldades ou resolver os problemas dos homens. A vinda do Avatar, o advento dAquele que Vem ou, em termos atuais, o reaparecimento do Cristo, constituem a nota-chave da predominante expectativa. Quando os tempos estão maduros, quando a invocação das massas é suficientemente intensa e a fé daqueles que sabem é assaz veemente, então Ele sempre veio, e os tempos atuais não constituirão, por certo, uma exceção a esta antiga regra ou Lei universal. Durante décadas, o reaparecimento do Cristo, o Avatar, tem sido previsto pelos fiéis de ambos os hemisférios, não somente pelos cristãos, como também por aqueles que esperam por Maitreya e pelo Boddhisattva, assim como pelo Iman Mahdi e outros.
Quando os homens sentem que se esgotaram todos os seus recursos, que chegaram ao termo de todas as suas possibilidades inatas e que não podem resolver nem manejar os problemas nem controlar as condições que enfrentam, então costumam buscar um divino intermediário ou Mediador que defenda sua causa perante Deus e lhes traga a Salvação. Buscam, assim, um Salvador. Esta doutrina de Mediadores, Messias, Cristos e Avatares, avulta em toda parte como um dourado fio que atravessa todas as crenças e Escrituras mundiais, relacionando- as com alguma fonte de emanação, considerando- se, inclusive, a alma humana como um intermediário entre o homem e Deus. Milhões de seres humanos crêem que Cristo atuará como o divino Mediador entre a humanidade e a divindade.
Todo o sistema de revelação espiritual está baseado (como sempre o foi) nesta doutrina de interdependência, de vinculação planificada e conscientemente ordenada, bem assim de transmissão de energia, de um aspecto a outro da manifestação divina, desde o Deus que se acha no "Lugar secreto do Altíssimo" até o mais humilde ser humano que vive, luta e padece na terra. Em toda parte existe esta transmissão de energia. "Eu vim para que eles possam ter vida", disse o Cristo, e as Escrituras de todo o mundo falam, abundantemente, da intervenção de algum Ser, originário de uma fonte mais elevada que a estritamente humana. Sempre se encontra o mecanismo apropriado, através do qual a divindade pode chegar a comunicar-se com a humanidade, e a doutrina dos Avatares, ou Seres divinos que vêm, tem muito a ver com esta comunicação e com os Instrumentos de energia divina.
Avatar é aquele que possui a singular capacidade (além de uma tarefa auto-determinada e um destino predestinado) de transmitir energia ou poderes divinos. Isto constitui, logicamente, um profundo mistério que foi demonstrado, em forma peculiar, pelo Cristo, e está relacionado com a energia cósmica. Ele, pela primeira vez na história planetária, até onde temos conhecimento, transmitiu a energia divina do amor, diretamente ao nosso planeta e, em um sentido muito definido, à humanidade. Esses Avatares ou Mensageiros Divinos também estão sempre vinculados às idéias emitidas por alguma Ordem subjetiva espiritual, ou Hierarquia de Vidas espirituais, que se ocupam do crescente bem estar da humanidade. Tudo o que realmente sabemos é que, no transcurso das idades, grandes e divinos Representantes de Deus personificam o propósito divino e afetam, de tal maneira, o mundo inteiro, que Seus nomes e influência são conhecidos e sentidos milhares de anos depois que deixaram de caminhar entre os homens. Repetidas vezes têm vindo e mudado o mundo, deixando alguma religião mundial; também sabemos que a profecia e a fé prometeram sempre à humanidade Seu regresso, em momentos de necessidade. Estas informações se referem a fatos historicamente comprovados. Fora disto, conhecemos muito poucos detalhes.
A palavra sânscrita "Avatar" significa, literalmente, "descendo de muito longe". Ava (como prefixo de verbos e substantivos verbais) expressa a idéia de longe, longínquo, distância." Avataram (comparativo) significa mais distante. A raiz AV parece transmitir a idéia de proteção vinda do alto, e hoje se usa em palavras compostas que se referem à proteção de reis e soberanos. Com relação aos deuses, significa aceitação favorável, quando se oferece um sacrifício. Pode-se dizer que a raiz da palavra significa: "Descer, com a aprovação da fonte superior da qual provém, para benefício do lugar ao qual chega" (Dicionário Sânscrito de Monier Williams).
Entretanto, todos os Avatares ou Salvadores mundiais expressam dois incentivos básicos: a necessidade de Deus de fazer contato com a humanidade e relacionar-se com os homens, e a necessidade que tem a humanidade de entrar em contato com a divindade e ser ajudada e compreendida por ela. Sujeitos a estes incentivos, todos os verdadeiros Avatares são, portanto, intermediários divinos. Podem atuar desta maneira, porque já se emanciparam, inteiramente, de toda limitação e sentimento de egoísmo e separatividade; de vez que já não são, conforme os padrões humanos comuns, o centro dramático de Suas vidas, como o somos, em maioria. Quando atingem essa etapa de descentralizaçã o espiritual, podem converter-se em acontecimentos na vida de nosso planeta; todos os olhos podem dirigir suas vistas para Eles e todos os homens podem ser por Eles influenciados. Por isso, um Avatar ou um Cristo aparece por duas razões: uma, a Causa incógnita e inescrutável que O impele a fazê-lo, e a outra, a demanda ou invocação da própria humanidade. Um Avatar é, por conseguinte, um acontecimento espiritual, que ocorre para produzir grandes mudanças e restaurações, a fim de inaugurar uma nova civilização ou restabelecer "antigas demarcações" e aproximar o homem de Deus. Têm sido Eles descritos como "homens extraordinários, que aparecem de vez em quando, para mudar a face do mundo e inaugurar uma nova era, nos destinos da humanidade". Vêm em momentos de crise; freqüentemente criam crises, a fim de pôr termo ao antigo e indesejável, preparando o caminho no sentido de que haja formas novas e mais apropriadas para a evolucionante vida de Deus Imanente na Natureza. Aparecem, unicamente, quando o mal predomina; ainda que seja somente por esta razão, podemos, na atualidade, esperar um Avatar. O cenário adequado para o reaparecimento do Cristo já está preparado.
Existem Avatares de muitas graduações e classes. Alguns são de grande importância planetária, porque expressam em Si Mesmos ciclos completos de futuros acontecimentos e emitem a tônica e o ensinamento que introduzirão uma nova era e uma nova civilização; personificam grandes verdades que as massas humanas devem tratar de conhecer, constituindo- se, destarte, no objetivo das mais proeminentes mentalidades da época, apesar de incompreendidas. Certos Avatares expressam também, em Si Mesmos, a totalidade da realização humana e da perfeição racial, chegando, assim, a ser os "homens ideais" de sua época.. Outros, ainda maiores, têm permissão para ser guardiães de alguma qualidade ou princípio divino que requerem uma nova apresentação e expressão na Terra; e podem sê-lo porque lograram a perfeição ao alcançar a mais alta iniciação possível. Têm o dom de ser essas qualidades espirituais personificadas e, porque expressam, por inteiro, tal qualidade e princípio específicos, podem atuar como canais para transmitilos, desde o centro de toda a Vida espiritual. Esta é a base da doutrina dos Avatares ou Mensageiros divinos.
Assim sendo, o Cristo foi duas vezes Avatar, não somente porque deu a chave da nova era, há mais de dois mil anos, como também porque, em forma misteriosa e incompreensível, personificou em Si Mesmo o divino Princípio do Amor, sendo o primeiro que revelou aos homens a verdadeira natureza de Deus. A demanda invocativa da humanidade (o segundo dos incentivos que produzem uma Aparição divina), exerce um poderoso efeito, pois as almas dos homens, especialmente quando atuam em uníssono, possuem algo que é afim com a natureza divina do Avatar. Nós todos somos Deuses e filhos de um só Pai, como disse o último Avatar que veio: o Cristo. É este centro divino em cada coração humano que, ao entrar em atividade, pode evocar resposta desse elevado Lugar, de onde Aquele que vem espera Seu momento de aparecer. Unicamente a demanda unida da humanidade, ou sua "intenção maciça", pode, como se disse, precipitar a descida de um Avatar.
Em suma, a doutrina dos Avatares e a doutrina da continuidade da revelação seguem paralelas. Em todas as épocas e em cada grande crise humana, precisamente nas horas de necessidade, seja na criação de uma nova raça ou no despertar de uma humanidade preparada para receber uma nova e mais ampla visão, o Coração de Deus, impulsionado pela Lei de Compaixão, envia um Instrutor, um Salvador do Mundo, um Iluminador, um Avatar, um Intermediário Transmissor, um Cristo. Traz a mensagem que curará, que indicará o próximo passo que a raça humana deverá dar e que iluminará um obscuro problema mundial, bem como ministrará ao homem o conhecimento de um aspecto da divindade até agora não compreendido. A doutrina dos Avatares, Mensageiros divinos, divinas Aparições e Salvadores, está fundada sobre o fato da continuidade da revelação e da seqüência desta manifestação progressiva da Natureza divina. A todos Eles a história dá o seu testemunho inequívoco. A expectativa mundial em torno do reaparecimento do Cristo se baseia na realidade desta continuidade e desta seqüência de Mensageiros e Avatares, assim como na horrenda e espantosa necessidade da humanidade, nesta época. O reconhecimento inato destas realidades produziu o clamor invocador, constantemente elevado pela humanidade, em toda parte, em busca de alguma intervenção ou alívio divinos; o reconhecimento destes fatos também inspirou a determinação procedente do "centro de onde a vontade de Deus é conhecida", para que o Avatar venha novamente; o reconhecimento destas solicitações induz o Cristo a dar a conhecer a todos os Seus discípulos do mundo, que Ele reaparecerá quando tiverem realizado o trabalho preparatório necessário.
Os Avatares mais comumente conhecidos são: o Buda, no Oriente, e o Cristo, no Ocidente. Suas mensagens nos são familiares e os frutos de Suas vidas e palavras condicionaram o pensamento e a civilização, em ambos os hemisférios. Devido a serem Avatares humanos e divinos, representam aquilo que a humanidade pode compreender facilmente; porque são de natureza igual à nossa, "carne de nossa carne, espírito de nosso espírito", conhecemo-Los e confiamos nEles, e Eles significam para nós alguma coisa mais que outras Aparições divinas. Milhões de seres também Os conhecem, confiam nEles e Os amam. O núcleo de energia espiritual que cada um dEles estabeleceu está além do nosso entendimento: estabelecer um núcleo de energia constante, espiritualmente positivo, é a incessante tarefa de um Avatar. Ele enfoca ou introduz uma verdade dinâmica, um potente pensamento-forma ou um vórtice de energia magnética no mundo cotidiano. Este ponto focal atua de maneira crescente como transmissor de energia espiritual; permite à humanidade expressar alguma idéia divina que, com o tempo, produz uma civilização, com sua conseqüente cultura, religião, política, governo e métodos educativos. Assim se faz a história. Afinal de contas, a história é o registro da reação cíclica da humanidade a alguma energia divina, que flui através de algum dirigente inspirado ou de um Avatar.
Na atualidade, um Avatar é, em geral, um Representante do segundo aspecto divino, o de Amor-Sabedoria, o Amor de Deus. Manifestar-se-á como o Salvador, o Construtor, o Preservador. A humanidade não está ainda suficientemente desenvolvida nem adequadamente orientada para a vida do Espírito, de modo a resistir, facilmente, ao impacto de um Avatar que expresse a dinâmica vontade de Deus. Para nós (e esta é nossa limitação), por enquanto, um Avatar é Aquele que preserva, desenvolve, constrói, protege, ampara e socorre os impulsos espirituais pelos quais os homens vivem; a necessidade do homem e a solicitação do homem, de preservação e ajuda, são aquilo que O traz à manifestação. A humanidade necessita de amor, de compreensão e de corretas relações humanas, como expressões de uma divindade realizada. Foi esta necessidade que trouxe o Cristo antes, como Avatar do Amor.. O Cristo, Aquele grande Mensageiro humano divino, devido à Sua magna realização, no sentido da compreensão, transmitiu à humanidade um aspecto e uma potencialidade da natureza de Deus Mesmo, o princípio Amor, da Deidade. Luz, aspiração e reconhecimento de Deus Transcendente haviam sido a expressão vacilante da atitude humana para com Deus, antes do advento do Buda, o Avatar da Iluminação. Logo veio o Buda e demonstrou, em Sua própria vida, a realidade de Deus Imanente e Deus Transcendente, de Deus no universo e de Deus na humanidade. A individualidade da Deidade e do Eu, no coração do homem individual, chegou a ser uma realidade na consciência humana. Foi uma verdade relativamente nova para o homem.
Todavia, até que Cristo viesse e vivesse uma vida de amor e de serviço, e desse aos homens o novo mandamento, para se amarem uns aos outros, não se havia ressaltado Deus em Seu aspecto Amor, em nenhuma das Escrituras mundiais. Depois que Ele veio como o Avatar de Amor, então chegou a ser conhecido como Amor Supremo, Amor como meta e objetivo da criação, Amor como princípio fundamental das relações, e Amor atuando através de toda manifestação que desenvolva um Plano motivado pelo Amor. Cristo revelou e acentuou esta divina qualidade, modificando, assim, a vida, as metas e os valores humanos.
Ele ainda não veio novamente porque Seus seguidores não realizaram o trabalho necessário, em todos os países. Sua vinda depende, em grande parte, como veremos mais adiante, do estabelecimento de corretas relações humanas. Isto a Igreja impediu, no transcurso dos séculos, e não ajudou, devido ao seu empenho fanático de fazer "cristãos" a todos os povos, ao invés de seguidores do Cristo. Acentuou, ademais, a doutrina teológica e não o amor e a compreensão amorosa, como o Cristo exemplificou. A Igreja predicou a doutrina do iracundo Saulo de Tarso, e não a do bondoso carpinteiro da Galiléia. Por isso, Ele permanece esperando. Chegou, porém, a Sua hora, devido à necessidade de todos os povos e à demanda invocadora das massas, bem como ao conselho de Seus discípulos, que professam todos os credos e religiões do mundo.
Não nos é dado conhecer ainda a data e o momento de Seu reaparecimento. Sua vinda depende do apelo, tão amiúde silencioso, de todos os que aguardam com esperançosa intenção; depende, também, de que se estabeleçam melhores relações humanas e de determinado trabalho, que está sendo realizado, na atualidade, pelos Membros avançados do Reino de Deus, a Igreja invisível, a Hierarquia espiritual de nosso planeta; depende, ademais, da constância dos discípulos do Cristo e Seus colaboradores iniciados, que trabalham nos numerosos grupos religiosos, políticos e econômicos. A isto deve agregar-se o que aos cristãos apraz chamar "a inescrutável Vontade de Deus", esse propósito não conhecido do Senhor do Mundo, o Ancião dos Dias, tal como é chamado no Velho Testamento, o qual "conhece Seu próprio pensamento, irradia a qualidade mais elevada do amor e enfoca Sua vontade em Seu elevado lugar, no centro de onde a vontade de Deus é conhecida".
Quando o Cristo, o Avatar de Amor, reaparecer, então "Os filhos dos homens, que são agora os Filhos de Deus apartarão Seus rostos da Luz resplandecente e irradiarão essa Luz sobre os filhos dos homens, que ainda não sabem que são os Filhos de Deus". Então aparecerá Aquele que vem, Seus passos sendo acelerados através do vale das sombras pelo Todo-poderoso que se acha sobre o cume da montanha, exalando amor eterno, luz suprema e pacífica e silenciosa vontade.
"Então, responderão os filhos dos homens. Então, brilhará uma nova luz, no cansado e lúgubre vale da terra. Então, uma nova vida circulará por suas veias, e sua visão abarcará todos os caminhos do que possa vir."
"Assim, virá, novamente, a paz à terra, porém, uma paz desconhecida até agora. Então, a vontade para o bem florescerá como compreensão, e esta frutificará como boa vontade nos homens."
Eu Sou Djwal Kuhl
trabalhadores_da_luz@yahoogrupos.com.br

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